Fisioterapia na Saúde da Mulher
Saúde Pélvica
Disfunções Urinárias | Disfunções Anorretais | Disfunções Sexuais | Prolapsos dos Órgãos Pélvicos | Síndromes de Dor Pélvica Crónica | Gravidez, Pós-parto e Menopausa
A Saúde Pélvica é uma área da Fisioterapia que se foca na região pélvica (músculos e restantes estruturas pélvicas), que inclui a saúde da bexiga, do intestino, saúde reprodutiva e sexual.
Áreas de Intervenção
Incontinência Urinária de Esforço – perda involuntária de urina associada à realização de esforços físicos como tossir, rir, espirrar, levantar pesos, entre outros
Incontinência Urinária de Urgência – perda involuntária de urina associada a uma vontade súbita e inadiável de urinar
Incontinência Urinária Mista – existem sintomas de Incontinência Urinária de Esforço associados a sintomas de Incontinência Urinária de Urgência
Bexiga Hiperativa – presença de urgência urinária, normalmente acompanhada de aumento da frequência urinária diurna e noturna, com ou sem incontinência urinária de urgência, na ausência de infeção do trato urinário ou outra patologia.
Incontinência Fecal a Gases – incontinência a gases devido à incapacidade de diferenciar gases de fezes líquidas ou sólidas
Incontinência Fecal Passiva – perda involuntária de muco líquido ou de fezes sólidas sem o paciente ter a perceção de vontade
Incontinência Fecal de Urgência – incapacidade de conter as fezes quando a vontade é percecionada, não tem o tempo suficiente para chegar à casa de banho
Obstipação – dificuldade persistente em evacuar, se a evacuação obriga a grande esforço, se é necessário recorrer a manobras para ajudar a saída das fezes, ou se há duas ou menos evacuações por semana.
As queixas relacionadas com a sexualidade são multifatoriais. É conhecida a relação dos músculos do pavimento pélvico com a função sexual pelo seu envolvimento nos mecanismos de excitação, lubrificação e orgasmo. As dificuldades na penetração ou orgasmo podem estar relacionadas com um pavimento pélvico hiperativo, que pode ser resultado de uma resposta antecipatória à dor, ansiedade e/ou medo.
Dispareunia – presença de dor associada à penetração. Pode estar presente no início, durante ou após a mesma
Vaginismo – dificuldade persistente ou recorrente com a penetração associada a aumento da tensão nos músculos do pavimento pélvico e elevada ansiedade/medo da dor pélvica
Vulvodínia – presença de dor ou desconforto na zona da vulva
Anorgasmia – incapacidade de atingir orgasmo independente do modo de estimulação
Podem estar presentes por falhas no suporte estrutural dos órgãos pélvicos, que se podem manifestar por: sensação de bola na vagina, pressão, dificuldades em urinar e evacuar e dor durante as relações sexuais.
São muito comuns após o parto e existem fatores de risco modificáveis como a obstipação que devem ser controlados para o sucesso da intervenção. A Fisioterapia deve fazer parte da intervenção, mesmo nas situações em que o prolapso tem indicação cirúrgica, melhorando e potenciando os resultados dessa intervenção.
Cistocelo – prolapso da parede vaginal anterior envolvendo a bexiga
Cistouretrocelo – prolapso da parede vaginal anterior envolvendo a bexiga e a parede vaginal inferior e uretra
Prolapso uterino – prolapso do útero, colo do útero e paredes vaginais superior para a vagina
Retocelo – prolapso da parede vaginal posterior envolvendo o reto
Prolapso da mucosa retal – a parede do reto tende a exteriorizar para fora do ânus
Sintomas de Dor Pélvica Crónica – dor ou desconforto pélvico, a urinar ou a defecar; sensação de peso sobre a região púbica, desconforto perineal ou sensação de pressão permanente ao nível do ânus e alterações intestinais; Urgência ou aumento da frequência urinária e/ou dificuldade em esvaziar a bexiga totalmente.
A síndrome de dor pélvica crónica é definida como uma dor persistente em estruturas relacionadas com a pélvis, que está frequentemente associada a alterações comportamentais, sexuais e emocionais negativas, bem como com sintomas e sinais associados ao trato urinário inferior, alterações de eliminação e disfunção sexual, muitas vezes na ausência de etiologia orgânica.
Durante o ciclo de vida o corpo da mulher passa por enormes desafios. Alterações hormonais que impactam nas estruturas e aumentam o risco de disfunção. Muito do trabalho da Fisioterapia passa pela prevenção. A Fisioterapia em Saúde Pélvica ajuda a promover a continência, a preparar o corpo para o parto, ajuda na recuperação pós-parto e também a acolher com qualidade as alterações provocadas pela menopausa.
A evidência refere que o Fisioterapeuta pode prevenir e/ou minimizar o impacto das complicações que advêm dos tratamentos oncológicos, tais como:
–Cirurgia do cancro da mama – patologia oncológica com maior incidência, prevalência e mortalidade, podendo ser considerado um problema de saúde pública.
–Cirurgia Reconstrutiva (Oncoplástica) da Mama
-Linfedema Pós Cirurgia Oncológica
-Cirurgia pélvica: Histerectomia parcial, total e radical (remoção cirúrgica do útero); Cistectomia parcial ou radical (remoção cirúrgica da bexiga); Exenteração pélvica (procedimento cirúrgico radical utilizado para o tratamento de patologia oncológica avançada); vulvectomia parcial ou radical (remoção cirúrgica da vulva)
-Mudanças provocadas pela Quimioterapia e Radioterapia
Corpo Clínico
Maria João Bexiga
Fisioterapeuta